O que é ideologia?
Ideologia é um sistema de ideias (crenças, tradições,
princípios e mitos) interdependentes, sustentadas por um grupo
social de qualquer natureza ou dimensão, as quais refletem,
racionalizam e defendem os próprios interesses e compromissos
institucionais, sejam estes morais, religiosos, políticos ou
econômicos.
“A linguagem, como instrumento da comunicação, e, em
especial, a língua, como instrumento da comunicação humana,
estão a serviço do poder que se estabelece em nossas relações
e de todos os desdobramentos oriundos desse poder.”
O texto, como uma atividade discursiva, apresenta diversas
marcas ideológicas. Identificar essas marcas, que têm como
objetivo a possa dispor de um instrumento crítico. Repare nos
exemplos a seguir.
“ Neymar cai na área e o juiz marca pênalti.” (1)
“Neymar é derrubado na área e o juiz marca pênalti.” (2)
Percebe-se que há um posicionamento ideológico por parte dos
autores. Em 1 o autor sugere que não houve a falta; em 2, a
forma passiva da estrutura sintática coloca o jogador como
paciente do ato, portanto houve a falta. É importante o aluno
perceber que a construção da frase permite essa observação.
“Nas relações sociais, tem domínio aquele que melhor articula a
palavra a fim de garantir esse domínio, e isso ocorre em
quaisquer tipos de relações, desde as conjugais e familiares até
as políticas em âmbito mundial. Quando o discurso do dominador
perde força, a relação de dominação se fragiliza.”
Texto 1
Ai, Que Saudades da Amélia (Mário Lago)
Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Texto 2
Mulheres de Atenas (Chico Buarque)
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas
Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas:
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas, morenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas, serenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas
Vejamos agora o exemplo de marcas ideológicas em textos
jornalísticos. Vamos analisar a capa de duas importantes revistas semanais.
Fonte da página: http://www.desconversa.com.br/redacao/wp-content/uploads/2014/03/exercicioredacao.pdf
terça-feira, 7 de abril de 2015
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